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sexta-feira, 4 de março de 2016

Lula critica Operação Lava-Jato e diz que se sentiu um prisioneiro na ação da PF

ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi direto ao diretório do Partido dos Trabalhadores(PT), em São Paulo, se encontrar com correligionários após os depoimentos prestados à Polícia Federal, nesta sexta-feira (4), depois do mandado de condução coercitiva expedido pela Justiça Federal.
Aos petistas, Lula foi aplaudido quando disse "não devo e não temo". Ele criticou a condução da Operação Lava-Jato, que ele classificou como 'pirotecnia'. O ex-presidente disse ainda que já prestou vários depoimentos à Justiça Federal e que bastava um ofício que ele novamente iria depor.  "Eu já prestei vários depoimentos. Eu suspendi minhas férias para ir a Brasília prestar depoimento. Porque não devo e não temo. O que vale mais é um show midiático do que uma apuração séria", disse.
"O que vale mais é o show midiático do que a apuração séria, responsável, que deve ser feita pela polícia, pela Justiça, pelo Ministério Público. De qualquer forma, nada disso diminui a minha vontade. Eles acenderam em mim a chama que a luta continua".
Lula diz que se sentiu como um prisioneiro ao ser levado pela PF
Na sede do Diretório do PT em São Paulo, o ex-presidente Lula deu uma entrevista coletiva na tarde desta sexta. O ex-presidente explicou que a Polícia Federal chegou a sua residência às 6h e, apesar dos delegados terem sido gentis, ele se sentiu um prisioneiro. "Embora eu esteja muito magoado, eu merecia um pouco mais de respeito desse País", afirmou.
"A minha indignação é pelo fato de 6 horas da manhã terem chegado na minha casa, vários delegados, aliás, muito gentis, não sei se são sempre assim, mas muito gentis, pedindo desculpas que estavam cumprindo uma decisão judicial e a decisão era do juiz Moro", declarou Lula em entrevista coletiva na sede do PT.
 
No discurso, o ex-presidente criticou a imprensa pelo que considera um "espetáculo midiático" e disse que "hoje quem condena as pessoas são as manchetes".
Lula reforçou que há uma tentativa de diminuir a liberdade da presidente Dilma Rousseff em governar e reforçou que os últimos acontecimento serão importantes para fortalecer o PT. "Eu me senti ultrajado, como se fosse prisioneiro, apesar do tratamento cortês do delegado da Polícia Federal. Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve", afirmou.
O ex-presidente disse ainda que o juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava-Jato, poderia tê-lo intimado. "Poderia ter mandado um comunicado. "'Ô seu Luiz Inácio, quer prestar depoimento em Curitiba?' Eu gosto de Curitiba, eu poderia ir lá em Curitiba. Assim me facilitava, não precisava pagar uma passagem para ir a Curitiba. Poderia me convidar em Brasília. Eu ia", disse.
 
"Eu me senti prisioneiro hoje. Eu, sinceramente, já passei por muita coisa na minha vida, não sou homem de guardar ressentimento, guardar mágoa, mas não pode continuar assim".

Diário do Nordeste

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