O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi direto ao diretório do Partido dos Trabalhadores(PT), em São Paulo, se encontrar com correligionários após os depoimentos prestados à Polícia Federal, nesta sexta-feira (4), depois do mandado de condução coercitiva expedido pela Justiça Federal.
Aos
petistas, Lula foi aplaudido quando disse "não devo e não temo". Ele
criticou a condução da Operação Lava-Jato, que ele classificou como
'pirotecnia'. O ex-presidente disse ainda que já prestou vários
depoimentos à Justiça Federal e que bastava um ofício que ele novamente
iria depor. "Eu já prestei vários depoimentos. Eu suspendi minhas
férias para ir a Brasília prestar depoimento. Porque não devo e não
temo. O que vale mais é um show midiático do que uma apuração séria",
disse.
"O
que vale mais é o show midiático do que a apuração séria, responsável,
que deve ser feita pela polícia, pela Justiça, pelo Ministério Público.
De qualquer forma, nada disso diminui a minha vontade. Eles acenderam em
mim a chama que a luta continua".
Lula diz que se sentiu como um prisioneiro ao ser levado pela PF
Na
sede do Diretório do PT em São Paulo, o ex-presidente Lula deu uma
entrevista coletiva na tarde desta sexta. O ex-presidente explicou que a
Polícia Federal chegou a sua residência às 6h e, apesar dos delegados
terem sido gentis, ele se sentiu um prisioneiro. "Embora eu esteja muito
magoado, eu merecia um pouco mais de respeito desse País", afirmou.
"A
minha indignação é pelo fato de 6 horas da manhã terem chegado na minha
casa, vários delegados, aliás, muito gentis, não sei se são sempre
assim, mas muito gentis, pedindo desculpas que estavam cumprindo uma
decisão judicial e a decisão era do juiz Moro", declarou Lula em
entrevista coletiva na sede do PT.
No
discurso, o ex-presidente criticou a imprensa pelo que considera um
"espetáculo midiático" e disse que "hoje quem condena as pessoas são as
manchetes".
Lula reforçou que há uma tentativa de diminuir a liberdade da presidente Dilma Rousseff em governar e reforçou que os últimos acontecimento serão importantes para fortalecer o PT.
"Eu me senti ultrajado, como se fosse prisioneiro, apesar do tratamento
cortês do delegado da Polícia Federal. Se quiseram matar a jararaca,
não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre
esteve", afirmou.
O ex-presidente disse ainda que o juiz Sérgio Moro,
que conduz a Lava-Jato, poderia tê-lo intimado. "Poderia ter mandado um
comunicado. "'Ô seu Luiz Inácio, quer prestar depoimento em Curitiba?'
Eu gosto de Curitiba, eu poderia ir lá em Curitiba. Assim me facilitava,
não precisava pagar uma passagem para ir a Curitiba. Poderia me
convidar em Brasília. Eu ia", disse.
"Eu
me senti prisioneiro hoje. Eu, sinceramente, já passei por muita coisa
na minha vida, não sou homem de guardar ressentimento, guardar mágoa,
mas não pode continuar assim".
Diário do Nordeste
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