O
Plenário aprovou, nesta terça-feira, projeto que permite o acesso à
chamada pílula do câncer. A fosfoetanolamina foi produzida pela
Universidade de São Paulo e chegou a ser fornecida gratuitamente, mas
uma portaria da USP proibiu a distribuição até que a substância
recebesse o registro junto à Anvisa – a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Depois disso, os pacientes entraram na Justiça para obter as
cápsulas.
O
projeto obriga o governo a fornecer a pílula, desde que o paciente
assine termo de responsabilidade, em que declara saber que ainda não
foram feitos testes clínicos para garantir o fim terapêutico da
substância, nem para constatar quais são os efeitos colaterais.
Caberá ao governo, de acordo com a proposta, regulamentar a fabricação e a distribuição da pílula.
A relatora da proposta, deputada Leandre, do PV do Paraná, explica que a medida é temporária.
"Abre
uma excepcionalidade pra que seja produzida essa substância nesses
laboratórios autorizados enquanto não tiver o registro sanitário,
enquanto não forem concluídas as pesquisas. Então você abre um regime de
exceção temporário."
Já o deputado Mandetta, do DEM do Mato Grosso do Sul, criticou a pressa na liberação.
"Não
se pode liberar uma substância sem saber o efeito colateral, não se
pode liberar uma substância sem saber qual a dosagem pra uma criança,
pra uma idosa, pra uma mulher. Não se pode liberar uma substância sem
saber pra qual tipo de câncer ela eventualmente estaria indicada."
A proposta que permite o acesso à chamada pílula do câncer segue agora para análise do Senado.
Outras
duas propostas estavam pautadas para votação nesta terça: o projeto que
suspende o cálculo do montante da dívida de estados e municípios com o
governo federal, e a proposta que aumenta os recursos federais para a
saúde pública. Mas os temas não eram de interesse do governo, e a
oposição decidiu obstruir as votações até que seja instalada a comissão
especial para análise do pedido de impeachment presidencial. Portanto,
nada mais foi votado.
Câmara dos Deputados

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